quinta-feira, 13 de abril de 2017

Folar da Páscoa

Sendo natural da Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo, é normal que nesta se faça e se consuma o tradicional Folar de Vale de Ílhavo elaborado na Rota das Padeiras de Vale de Ílhavo.
 O melhor folar do mundo... 

Rota das Padeiras

 

A Rota das Padeiras é um evento que pretende a promoção e a divulgação do tradicional Pão de Vale de Ílhavo. Este lugar é conhecido pelas suas padeiras, que fabricam o tradicional pão, além dos folares/bolo doce (cuja diferença assenta no facto de o folar levar ovos cozidos, com casca, a enfeitar) e broa, de acordo com receitas antigas, preservando este testemunho da gastronomia local.

Desta forma, as famosas Padeiras de Vale de Ílhavo dão a conhecer aos visitantes do nosso Município, as suas iguarias, nomeadamente as padas e os folares, num ato de festa, homenagem e referência à sua arte de fabricar, durante 365 dias por ano, o tradicional pão, preservando este testemunho delicioso e de inconfundível sabor da gastronomia local.

O pão e o folar de Vale de Ílhavo

O pão característico de Vale de Ílhavo é proveniente da mistura da farinha de trigo (a pada e o folar) e da farinha de milho (a broa), com sal, fermento e água, além de outros componentes que entram nesta composição para fazer o tradicional folar, reconhecido em qualquer lugar.

O processo começa com a preparação da farinha, a qual, antigamente, consistia em peneirá-la para lhe retirar o farelo, coisa que nos dias que correm já é feito nas moagens, muito embora as padeiras continuem a dar-lhe uma passagem pelo peneiro para lhe retirar qualquer impureza, passando de seguida à fase seguinte: o amassar.

Depois de tudo bem amassado, o produto daí proveniente (a massa), fica a levedar durante algum tempo. Depois de lêveda, dá-se-lhe “abas”, deixando-a repousar por uns instantes, sendo de seguida “tendida”. A operação de “tender” consiste em cortar a massa em bocados, os quais se moldam em bolas, que ficam a repousar em tabuleiros de madeira, que estão cobertos com panos, chamados “tendais”, onde são encasuladas as bolas, polvilhadas com farinha. Neste entretanto, o forno já está quente. Puxa-se o brasido para a boca do mesmo e varre-se o lar com varredouro feito de serapilheira ou ervas.

Depois de todas estas operações, chegou a vez de pôr o pão no forno. Pega-se nas bolas de massa e metem-se na pá, dando a forma conhecida da pada. De seguida é só encher o forno e esperar a cozedura. Tira-se o pão do forno e está pronto a ser vendido, ou na melhor das hipóteses, a ser comido bem quentinho.

Atualmente, também aparecem as bôlas de carne ou peixe, assim como o pão com chouriça, que é um familiar da bôla, mas em tamanho individual.

Fonte: http://www.cm-ilhavo.pt/pages/938



Folar de Vale de Ílhavo
Da receita, que permite fazer dois folares grandes, constam:
 2 kg de farinha tipo T65 
10 ovos inteiros 
1/2 colher de chá de canela 
1 pitada de sal 
125 g de manteiga 
900 g de açúcar 
2 pacotinhos de fermento de padeiro (50 g)
 Começar por colocar ao lume um púcaro com com água até deixar amornar. A seguir dilui-se o fermento nesta água. Junta-se um pouco de farinha que se retira dos 2kg, assim como 1 ovo batido (Também retirado do total). Junta-se mais um pouco de farinha uma bolinha de massa. Deixa-se levedar até dobrar de volume. À parte, derrete-se a manteiga com o sal e junta-se cerca de 1 dl de água morna. Coloca-se a farinha no alguidar, retirando uma porção para ajudar a amassar. Faz-se um buraco ao meio e deita-se o açúcar e os ovos. Começa-se a juntar o fermento. Este deve ser um processo de incorporação lento. No final, a massa não deve pegar nas mãos, mas também não deve ficar muito rija. Faz-se uma bola e sobre ela uma cruz com as mãos, referindo em simultâneo a seguinte ladainha: " Deus te acrescente que és para muita gente". Tapa-se o alguidar com um pano de algodão, enrola-se numa manta e coloca-se uma botija de água quente em cima e outra em baixo. Fica assim 4 horas. Findo este tempo a massa estará pronta para se formarem os folares, 2 grandes ou 3 pequenos. Se quiser um folar com ovos deverá cozê-los com cascas de cebola para ganharem cor. Forra-se o tabuleiro do forno com papel vegetal e por cima colocam-se as folhas de couve galega espalmadas. Formam-se as bolas e 3 correntes de massa. Uma a que se dará o formato de um círculo e que se colocará em cima. Dentro deste círculo colocam os ovos e sobre estes as outras duas correntes cruzadas como mostra a fotografia. O forno deverá ser aquecido primeiro a 250ºC e depois baixado para 180ºC. Por sua vez o folar deve ser colocado numa das últimas prateleiras do forno de modo a simular o efeito do forno a lenha onde tradicionalmente são cozidos. Durante o processo de cozedura verifica-se a temperatura do forno. Pode eventualmente ser necessário colocar um papel de alumínio em cima. Também importa referir que quando se colocam ovos por cima é natural que a parte de baixo fique húmida, mas será igualmente agradável.

 

 



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